
Como todas as grandes obras literárias, O Homem Lento levanta questões mas raramente oferece respostas. Em consequência de um acidente, Paul Rayment altera a perspectiva que tem da vida e começa a dedicar-se ao género de preocupações universais que nos definem a todos: O que significa fazer o bem? O que é que nas nossas vidas é, em última análise, significativo? É mais importante que alguém nos ame ou que alguém se interesse por nós? Como definimos o local a que chamamos «casa»?
Na sua voz lúcida e firme, Coetzee debate-se com estas problemáticas.
O resultado é uma história profundamente comovedora, sobre o amor e a mortalidade, que deslumbra o leitor em cada página.”
Sem uma escrita deslumbrante, este romance deixa uma série de interrogações e dúvidas.
Um homem fechado no seu casulo, ainda mais depois de um acidente que lhe tira uma perna. Que tem paixões impossíveis, que se agarra à primeira pessoa que lhe dá atenção, a enfermeira Marijana. Um homem que nunca soube lidar com o seu eu, que nunca soube falar com o coração, que nunca se despenteou por dentro. Um homem com medo. Por isso um homem só.
Às tantas surge este diálogo entre Paul (o protagonista) e Elizabeth:
"- Porque é que me chama tartaruga?
- Porque você fareja o ar durante séculos antes de deitar a cabeça de fora. Porque todo o santo passo custa um esforço tremendo. Não lhe estou a pedir que se torne uma lebre, Paul. Rogo apenas que perscrute o seu coração e veja se não consegue encontrar maneira, dentro do seu carácter de tartaruga, dentro da sua paixão de tipo tartaruga, de acelerar a sua corte à Marijana - se é efectivamente sua intenção continuar a cortejá-la.
Lembre-se, Paul, é a paixão que faz girar o mundo. Você não é analfabeto, deve saber isso. Na ausência da paixão o mundo estaria ainda vazio e informe."
- Porque você fareja o ar durante séculos antes de deitar a cabeça de fora. Porque todo o santo passo custa um esforço tremendo. Não lhe estou a pedir que se torne uma lebre, Paul. Rogo apenas que perscrute o seu coração e veja se não consegue encontrar maneira, dentro do seu carácter de tartaruga, dentro da sua paixão de tipo tartaruga, de acelerar a sua corte à Marijana - se é efectivamente sua intenção continuar a cortejá-la.
Lembre-se, Paul, é a paixão que faz girar o mundo. Você não é analfabeto, deve saber isso. Na ausência da paixão o mundo estaria ainda vazio e informe."
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