sábado, 24 de outubro de 2009

O Solista

Acreditar no melhor das pessoas, de cada um, apesar dos momentos “não”.
Esta poderia ser a grande mensagem deste livro que me caiu nas mãos quase por acaso. Sim... é certo que já tinha visto uma apresentação do filme que me deixou muito curioso e expectante…

Steve Lopez, um colunista do Los Angeles Times, encontra nas ruas Nathaniel Ayers, um sem abrigo a tocar o seu violino de duas cordas, e vê ali um tema para abordar na sua coluna no jornal. No entanto, começa a descobrir mais qualquer coisa para além do que vê naquele pobre homem.
É um homem com talento, que tinha estudado numa das melhores escolas de música americanas, tinha sido um jovem promissor, a quem uma doença mental atirou para as ruas e para a miséria. Passa os dias pelas ruas, agarrado ao seu carrinho de supermercado onde leva tudo o que possui.
Steve Lopez vai-se envolvendo no que inicialmente era apenas material para mais um artigo de jornal. E vai querer melhorar-lhe a vida, tirá-lo da rua, permitir-lhe ter uma vida digna.
Às tantas começa a receber instrumentos oferecidos pelos leitores. Vai à procura do passado de Nathaniel, dos seus familiares. E a cada dia vai sendo confrontado com situações que lhe dizem que deve desistir.
Nathaniel, devido ao problema de saúde que tem, parece ser duas pessoas. Ora dócil e simpático, ora agressivo, mal-educado, rezingão, mal-agradecido. Lopez questiona-se até que ponto é possível ajudar alguém e estar disponível para esse alguém.
Ao longo de muitos meses há avanços e recuos, esperança e desilusões, sonhos e pesadelos a acontecer quase em simultâneo…
A ligação entre ambos vai-se tornando cada vez mais forte…
E… mais não digo.

Apenas que vale a pena acreditar nas pessoas, no melhor de cada um. Não desistir das pessoas.

Sem ser um livro com uma escrita cativante, a história – baseada em factos verídicos – agarra-nos e leva-nos de página em página. Queremos sempre saber como irá reagir Nathaniel a cada “prova” a que é sujeito, e como vai Steve Lopez encontrar forças para conciliar este desafio, a vida no jornal, a vida familiar.

Há uma pergunta que ao longo da história me foi surgindo a espaços: até que pondo podemos interferir na vida de alguém? Até onde essa acção é legítima, mesmo que para o bem do outro?

“O Solista”… alguém que toca sozinho.
Solista… solo… alguém só, sem mais ninguém para além de si mesmo. Sem relações, sem nada.

Lido o livro, é tempo de ver o filme.

2 comentários:

Guakjas disse...

Bem este filme promete!
Parece-me excelente e é com expectativa que o aguardo ;)

Obrigado

Abraço



PS: Visitem http://thoughts-and-letters.blogspot.com/ Abraço

Maggie disse...

Li o livro e vi o filme. É com desgosto que anuncio que não foi boa a experiência.
O livro por si só flui, e prende, envolve-nos numa realidade e enquadra-se num contexto social interessante, abordando um problema psiquico com o alcance que tem a esquizofrenia.
O filme, na minha opinião, banaliza a história original tornando-a mais "levezinha". Mas vejam e opinem :)