sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

O Cego de Sevilha


... o meu primeiro livro de bolso.
Depois de uma tentativa falhada de conhecer o génio de Wilson através do " Último Acto em Lisboa" (talvez agora lhe dê outra oportunidade), eis que surge “O Cego de Sevilha”, sem dúvida um dos mais evocativos, absorventes e inteligentes thrillers psicológicos de sempre.

Celebra-se a cidade e o povo. É semana santa em Sevilha. Um empresário de renome é encontrado atado, amordaçado e morto em frente da sua televisão. As feridas auto-infligidas deixam perceber a luta que travou para evitar o horror das imagens que foi forçado a ver. Quando confrontado com esta macabra cena, o habitualmente desapaixonado detective de homicídios Javier Falcón sente um medo inexplicável. O que é que podia ser tão terrível?

A investigação arrasta o protagonista através da sua própria vida, fá-lo perder-se num turbilhão de emoções que estão à flor da pele e que este não controla acabando por consumir-se nelas.

O seu passado assoma a cada avanço da investigação. A intriga, o mistério e a crueldade atingem o leitor como um soco no estômago, mal Javier Falcón começa a ler os diários secretos do seu falecido pai.
A tensão avoluma-se a umas quantas páginas do fim num regresso forçado a traumas antigos enraizados em recordações dolorosas, que antecedem um desfecho que já não consegue perturbar-nos depois de tudo a que assistimos.

Javier Falcón abandona desta forma a meia existência em que vinha vivendo ao ser confrontado com a última “Lição de ver”.

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