terça-feira, 24 de agosto de 2010

Jardim de Alfazema


Ao saber que havia saído um novo livro de Jude Deveraux pensei que iria ler mais uma das suas histórias fantásticas. O mistério por resolver, a conturbada história de amor, a pequena vila onde toda a gente se conhece, está tudo lá menos a emoção que senti quando li Alguém para Amar. As palavras não têm a força do primeiro, os diálogos são monótonos e não sentimos a cada página a curiosidade em desvendar os ditos segredos.
Mas vamos à história.
A autora começa por apresentar-nos Jocelyne Minton. Uma criança deslocada no seio de uma família muito peculiar e que não sente como sua. Por um feliz acaso ou não, conhece Edilean Harcourt e com ela tudo muda. Inseparáveis, uma passa a ser o mundo da outra.
Quando Miss Edi morre, deixa a Joce todos os seus bens, incluindo a sua histórica mansão do século XVIII e uma carta onde lhe revela que encontrou o homem perfeito para ela. Joce fica chocada ao saber que herdou uma mansão em Edilean. Partilhava tudo com Miss Edi, pelo que pensava que esta não tinha segredos para ela. Contudo, decidida a dar um novo rumo à sua vida, Joce muda-se para a pequena cidade.
Em Edilean, já todos conhecem a história da jovem e já delinearam o seu futuro, incluindo o homem com quem se deverá casar. Mas Joce parece ter outras intenções. Decidida a escrever a biografia de Edilean Harcourt, começa a investigar a partir das informações que possui. A história ganha FINALMENTE alguma emoção com as suas descobertas e as (des)aventuras de Miss Edi durante a II Guerra Mundial.
Um dos segredos é revelado e aqui Jude Deveraux leva-nos à lágrima (pelo menos a mim!). A vida de Joce fica definitivamente preenchida, de uma forma que ela nunca achou possível.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Alguém para Amar



Em Dezembro de 2008, escrevia aqui sobre este livro > ver aqui
e ainda:

«Véspera de natal, esperava-me uma viagem de 4H30 para a terrinha. Enquanto fechava a mala que acabara de fazer, passei os olhos pela estante lá de casa na esperança de ver o aceno de um dos livros ainda por ler, auto convidando-se a acompanhar-me, mas nenhum deles ousou mexer-se!
Ainda olhei uma última vez e ante uma segunda recusa, tomei a decisão de passar na Bertrand do Vasco da Gama, tinha tempo!
Depois de rodopiar e parar em volta de quase todas as estantes da loja, e apesar de ter uns quantos livros debaixo de olho, de ter no bolso uma lista ENORME de livros a comprar, não conseguia decidir-me até que...um dos livros sorriu finalmente para mim.
Li na sinopse: “Alguém para amar é uma bela descoberta sobre o tempo e o amor da autoria de uma das romancistas mais acarinhadas pelos leitores de todo o mundo.” - mundo no qual não estava incluída, uma vez que desconhecia por completo a autora do livro.
Foi no regresso a Lisboa que tudo aconteceu!
Recomecei a viagem que tinha deixado quase no início e, quando volto à realidade (“bilhete por favor!”), estava a menos de 100 páginas do fim!!
Parecia possuída pelos fantasmas da história, não conseguia parar de ler! Não por querer conhecer a todo o custo o desfecho dos acontecimentos, mas simplesmente porque deslizamos com uma facilidade através da história, limitamo-nos a estar atentos aos passos das personagens e somos convidados a reunir, junto com eles, todas as peças da investigação, a indagar sem querer quem será o culpado. Assim que este é descoberto, é natural que pensemos que a história chegou ao fim mas, por incrível que pareça, isso não acontece. Não ficamos ainda com aquela sensação de que foi bom mas acabou, de que queremos mais, isto porque ainda há mais e mais não digo!

Jude Deveraux é uma contadora nata de histórias, envolve-nos na sua escrita como poucos e, em cada um dos seus livros resolve desvendar mais uma história emocionante. Está na hora de mais uma em "Jardim de Alfazema".

domingo, 8 de agosto de 2010

Filhos da Fortuna

Não há muito a dizer sobre o livro além daquilo com que o autor nos brinda na contra-capa deste. Resume em algumas linhas 400 páginas que nos relatam uma história simplesmente genial.

"Finais dos anos 40, Connecticut. Dois irmãos gémeos são separados pouco depois do nascimento. Nat vai para a casa dos pais, uma professora de liceu e um vendedor de seguros, enquanto o irmão começa os seus dias como Fletcher Andrew Davenport, o filho único de um casal de milionários."

Archer conta-nos o percurso de um e outro com uma mestria, que mantem ao longo de cada capítulo, quase temos vontade de dizer-lhe que se apresse em contar-nos tudo, mas ele apenas levanta a ponta do véu e ficamos, assim, a salivar por mais desenvolvimentos. Entrelaça a história de um e outro como se fosse uma só e, chegamos de facto ao fim e vemos que a história de um é a história do outro.
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Ambos constróiem uma vida de sucesso, ambos ao lado da mulher que sempre amaram. Nat serve no Vietname, com apenas 19 anos, de onde regressa coberto de glória, sendo condecorado com uma Medalha de Honra. Termina o curso em Harvard com distinção e casa com a "sua pequena flor", a única mulher que lhe roubou verdadeiramente o coração. Torna-se um banqueiro de sucesso. Fletcher, por seu lado, forma-se em Yale e distingue-se como um dos melhores advogados de direito penal, antes de ser eleito senador.
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Os seus caminhos acabam por cruzar-se a certa altura (não sem antes Archer dar-nos conta de vários indícios que juntamos e a estranha ligação que Fletcher parece sentir em relação a Cartwright quando descobre que nasceram ambos no mesmo dia, ano e hospital) quando Fletcher tem de defender Nat de uma acusação de homicídio. Fá-lo com mestria, apesar das circunstâncias, criando um laço que acabará por salvar-lhe a própria vida.
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Por fim deixo-vos uma passagem do livro que, embora Flecher a tenha levado mais à letra, também Nat fez dela mote para a sua vida (e vão com certeza descobrir também o único ponto que este livro tem de mau):

"Não desperdicem um único momento do vosso tempo enquanto estiverem em Yale, caso contrário arrepender-se-ão o resto da vida de não terem aproveitado tudo o que esta universidade tem para oferecer. Um tolo sai de Yale com apenas um curso, um homem sábio sai com conhecimentos suficientes para enfrentar tudo o que a vida lhe colocar pela frente. Agarrem todas as oportunidades que vos forem oferecidas. Não tenham medo de nada. Desafiem todas as ordens e não permitem que se diga que percorreram um caminho mas não deixaram uma marca."
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Já descobriram? Não..."permitem"?
Não sei quem foi o responsável pela revisão do livro ou se sequer foi feita alguma no pós tradução, mas este devia ser, no mínimo, FUZILADO!! Faltam palavras ou há palavras a mais, palavras sem sentido ou fora do sítio. É uma pena que isto manche um dos melhores romances que já li, mas pelo que sei ainda há mais dois best-sellers à minha espera!