É o primeiro livro que leio do aclamado autor japonês Haruki Murakami... O que dizer?
Confesso que há qualquer coisa que me deixa indeciso na forma de falar deste livro.
Em traços gerais, é a história de um ou vários amores não correspondidos.
Sumire é uma jovem que sonha ser escritora. K, um professor primário, é o seu confidente, com quem tem longas e estranhas conversas, às horas mais inusitadas da madrugada. Num casamento, Sumire conhece Miu, mulher de meia-idade por quem se apaixona e de quem vai ser secretária. A relação entre estas duas mulheres é estranha, pois nunca há uma assunção enquanto tal. Numa viagem pela Europa, em negócios, estas duas mulheres vão parar à Grécia, onde Sumire desaparece misteriosamente. Para ajudar na procura, Miu chama K…
Um ponto que ressalta neste livro é a dificuldade em estabelecer relações com o outro. Cada um dos elementos deste triângulo vive num ambiente de solidão, que não é anulado pelo contacto que vão estabelecendo entre si. Há apenas contacto, sem ligações profundas. Essa dificuldade/dor perpassa ao longo das quase 200 páginas deste livro. A solidão marca cada página, cada diálogo, cada interacção entre as personagens. Há uma barreira invisível que limita essa aproximação com o estabelecimento de relações significativas. Há qualquer coisa que falta.
Não por acaso, Sputnik significa companheiro de viagem, em russo.
Sobre Murakami?
Talvez tenha a ver com a edição que li (da Biblioteca Sábado), em que as frases são demasiado correntes (vulgares?) e contém vários erros de português, mas é um autor que não me convenceu por completo. No entanto, tendo em conta muitas opiniões que li e ouvi, estou curioso em ler “Kafka à beira-mar”.