sábado, 24 de janeiro de 2009

O Velho e o Mar

Um velho pescador não pescava nada há 84 dias.
Assim começa “O Velho e o Mar”, a saga de um homem e de um peixe imenso. Uma luta entre o homem e a natureza, uma luta igual na medida em que é individual. Mas uma luta desigual na medida em que o velho possui as suas armas, enquanto o peixe é indefeso.

Neste pequeno romance, feito de solidão, há uma linha que o atravessa: um profundo respeito entre os seres. Cada um faz o que deve – um teste de sobrevivência – envolto numa prova mútua de persistência e resistência. Ao longo de três intermináveis dias, homem e peixe jogam um com o outro, tentando vencer-se mutuamente. Às tantas, o velho pensa no que será a vida do peixe, nas semelhanças entre ele e o peixe que tem na ponta da linha, preso à isca.

Depois de apanhar o peixe, maior que a sua pequena embarcação, o velho, desgastado pelo longo esforço da pesca, vê o seu trabalho perdido. Enquanto arrasta o peixe para o porto de Havana, este vai sendo devorado por tubarões, com os quais ainda se bate. Este episódio é uma notável alegoria para situações que a vida nos apresenta. Tal como todo o romance pode ser lido a essa luz.

“O Velho e o Mar” é um romance despido das tramas habituais. É antes de mais um hino à simplicidade, à luta entre iguais, com todas as forças e todas as fragilidades naturais.

Algumas frases:
- “Um homem pode ser destruído, mas não derrotado”.
- “A sorte é uma coisa que vem de muitas formas. Quem sabe reconhecê-la?”

1 comentário:

Sofia disse...

Numa narrativa aparentemente simples, mas que nos faz sentir enquanto lemos como se fossemos o velho do mar. Gostei, pois. Gostei de me sentir simples, aceitante, confiante nas minhas bússolas e lidando com calma nas adversidades da natureza. Sem deixar de reconhecer o meu corpo, mas sem lhe dar uma importância desmedida. Foi como me senti quando fui velho do mar e isso fica-me na memória.