quarta-feira, 20 de abril de 2011

O Cavaleiro Templário


Mais um feliz e estranho acaso...
Este foi adquirido na mini-feira do livro que está no piso inferior do Cais-do-Sodré. Se tiverem de fazer tempo, passem por lá.

No espaço de algumas semanas antes, descobri O Cavaleiro Templário em filme. Um filme apaixonante que conta a história de Arn Magnusson. Arn foi entregue ao mosteiro cisterciense de Varnhem para se tornar monge, cumprindo uma promessa feita pelos pais. Contudo, desde muito cedo revelou possuir engenho para o arco, pelo que a sua educação foi sendo conduzida entre as línguas eruditas ao mesmo tempo que aprendia tudo aquilo que um verdadeiro guerreiro precisava saber.
Ao completar dezassete anos de idade, Arn regressa a casa. Possuído por sentimentos mundanos que desconhece, não sabe como explicar o que sente por Cecília, até que lhe confessa estar desesperadamente apaixonado por ela. Miseravelmente, Cecília foi prometida pelo seu pai em casamento a um membro do seu clã. Contrariando os desígnios do pai, Cecília entrega-se a Arn e ambos são duramente castigados, tanto pelas autoridades civis como pelas eclesiásticas. Cecília é enviada para o convento de Gudhem, condenada a passar 20 anos como freira e Arn é sentenciado a servir o mesmo período como cavaleiro templário na Terra Santa.

O livro alterna os capítulos entre a sentença de Cecília, que sofre duramente pela mão da Madre Rikissa, possuída pelo ódio que esta lhe tem e que motivou este castigo tão cruel e a de Arn, que tenta manter-se vivo, batalha após batalha, procurando honrar a promessa que fizera à sua amada de voltar um dia para os seus braços.
No final de cada capítulo, Jan Guillou levanta a ponta do iceberg sobre o que vamos encontrar quando prosseguimos com a história de um ou do outro, o que nos deixa sempre curiosos por descobrir o que ele quis insinuar com aquilo que escreveu.

Como acontece com qualquer livro adaptado a filme, apenas são retratados alguns dos episódios mais emocionantes. No livro vemos o pormenor de cada um deles, o que sentiram as personagens, a descrição da situação e local em que se encontravam, as cores, os cheiros, embora deva dizer que o filme se mantém bastante fiel ao que está escrito (no que ao vol. II se refere).

O que mais me encanta é que o argumentista consegue construir o filme retirando a sequência de uma história que foi dividida em três actos, neste caso em três livros: O volume I - O Caminho para Jerusalém - que narra a viagem de Arn Magnusson, rumo à Terra Santa, o volume II - O Cavaleiro Templário – (de que vos falo) e o volume III - O Novo Reino - que relata o regresso ao seu país após ter servido como cavaleiro templário na Terra Santa.
Cada um dos episódios é fotografado e mostrado à plateia com toda a brutalidade de uma história medieval, numa narrativa empolgante, sem grandes efeitos especiais que relevem a preocupação de tornar o filme um sucesso de bilheteira.
Contudo, Arn – O Cavaleiro Templário de Peter Flinth esteve nomeado em 2008 no European Film Award, concorrendo com Expiação de Joe Wright, entre outros para melhor filme na categoria Audience Award, tendo perdido para Harry Potter e a Ordem da Fénix de David Yates (não há como concorrer com este gigante).




Não resisti em deixar-vos aqui mais uma curiosidade. Ainda sobre filmes, para o mesmo período histórico, um personagem - Balian of Ibelin – que reconhecemos do livro O Cavaleiro Templário, ao qual não é dada muita importância, apenas existe uma pequena referência a ele como o homem que esteve à frente do comando e defesa de Jerusalém quando esta foi finalmente tomada por Saladino. Contudo, este é o episódio e personagem mais importante da história do filme de Ridley Scott - Reino dos Céus (o actor Orlando Bloom ganhou o prémio de melhor actor na mesma categoria em 2005 no European Film Award).

1 comentário:

NLivros disse...

Há uns anos li os dois primeiros volumes e acabei por desistir de esperar pelo terceiro.
No ano passado vi o filme e gostei, tendo também achado que o realizador conseguiu explorar muito bem a história de Guillou.