segunda-feira, 24 de outubro de 2011

O Jogo do Anjo







É mais uma vez uma história DE e SOBRE livros. Nas palavras do autor: "de quem os faz, de quem os lê e de quem vive com eles, através deles e até contra eles. É uma história de amor, amizade e, em alguns momentos, sobre o lado obscuro de cada um de nós" e termina dizendo que é sua intenção oferecer ao leitor uma "experiência intensa e convidá-lo ao jogo da literatura".

David Martín, o nosso protagonista, é um jovem escritor que vive em Barcelona na década de 20 e que ambiciona ter o seu nome impresso num pedaço de papel, tornando-se imortal (acho que isso é mesmo aquilo que todos os nossos personagens pretendem - viver para além de um pedaço de papel), capaz de vender até a alma para o conseguir. Seguimos de perto as suas tentativas, enquanto deambulamos por cenários familiares, como a pequena livraria Sempere e Filhos e o mágico Cemitério dos Livros Esquecidos, de onde, mais uma vez, o nosso protagonista retira um livro, além de esquecido, maldito.
É mais uma vez uma história que mistura o amor pelos livros, a paixão e a amizade. Temos também algum mistério como em A Sombra do Vento, confesso que vi algumas semelhanças, não só entre personagens, mas no preço que pagaram para chegar à verdade.

É também um livro que não se explica, compreende ou que se justifique. Não vou colocar aqui os pormenores da história, não quero retirar ao leitor o prazer de ver-se enredado nos labirintos de uma intriga sinuosa e ao mesmo tempo perigosa. A história flui veloz e vertiginosamente, com uma precisão narrativa que nos deixa exaustos porque simplesmente não conseguimos parar de ler. Quem gostou de A Sombra do Vento, vai certamente adorar esta nova lufada de mistério, entrar de novo no santuário dos livros esquecidos onde "cada livro, cada volume que vês, tem alma. A alma de quem o escreveu, e a alma dos que o leram e viveram e sonharam com ele. Cada vez que um livro muda de mãos, cada vez que alguém desliza o olhar sobre as suas páginas, o seu espírito cresce e torna-se mais forte. Neste lugar, os livros de quem já ninguém se lembra, os livros que se perderam no tempo, vivem para sempre, esperando chegar às mãos de um novo leitor, de um novo espírito..." eu acrescentaria: e de colocar aí toda a sua magia.

1 comentário:

GONIO disse...

Depois de ter lido A Sombra do Vento, que adorei, fiquei com receio de voltar a ler um livro do Carlos Ruiz Zafón.
A tua impressão diz-me que não vou ficar desiludido. :)
Bjs