segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A Sociedade Literária da Tarte de Casca de Batata


Londres, 1946.
Um sucesso literário estrondoso.
O prazer de ter bons livros para ler.
Juliet Ashton procura isto tudo... de novo.

Juliet recebe uma carta de um senhor chamado Dawsey Adams, que reside na ilha britânica de Guernsey, a comunicar que tem um livro que outrora lhe pertenceu. Instantaneamente começam a trocar missivas, primeiro sobre o autor do livro, já que ambos partilham o gosto pela sua vida/obra, depois sobre o que levou Juliet a separa-se dele e, a certa altura sobre uma certa sociedade da qual Dawsey Adams faz parte.
Curiosa por natureza, Juliet pede a Dawsey que lhe fale mais sobre a dita sociedade, sobre a história do porco assado e sobre como esta nasceu. A história é tão hilariante que vê aqui imediatamente material para o seu artigo do suplemento literário do Times. Dawsey trata de a pôr em contacto com os outros membros da sociedade e Juliet começa a corresponder-se com vários habitantes da ilha.
E assim descobre que Guernsey foi ocupada pelas tropas alemãs durante a segunda Guerra Mundial e a importância deste clube secreto que nasceu do acaso e que depressa se transformou num refúgio semanal, pleno de emoção e de sentido, ao contrário do que se passava fora daquelas quatro paredes, onde tudo era absurdo e cruel.
Fascinada com a história da dita Sociedade Literária e ainda mais com o carinho que as pessoas lhe dedicam, Juliet decide visitá-los. Nada mais será o mesmo na sua vida depois de Guernsey.
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Uma história sobre o valor da amizade e o poder de escape dos livros. Um conjunto de cartas comoventes, como só um pedaço de papel consegue ser. Recomendo!

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O Construtor de Muralhas


Um livro comprado quase ao acaso, em promoção da Feira do Livro de Lisboa.
Mas com uma grande mensagem, quase oculta, despercebida, na sua capa.
“O Construtor de Muralhas”, de Josep Lópex Romero, pode ser facilmente encaixado na categoria de livros de auto-ajuda.
Duas histórias, uma para dar o contexto, outra para passar a mensagem, dão forma a este livro de combate ao medo.
Val, um executivo de topo, tem um ataque de pânico. E outro. E outro.
Sem solução clínica, acaba por ir ter a um terapeuta alternativo, através de relações familiares próximas.
Ali, como terapia, é-lhe contada a história de Kyõ, um samurai que tinha perdido a honra em combate, sucumbindo ao medo no campo de batalha. Na sua procura de si mesmo, através de uma série de encontros fortuitos, Kyõ vai encontrando moedas de ouro com uma mensagem inscrita. E que lhe vão permitir construir uma armadura invencível…
De forma resumida, as moedas têm inscritas as seguintes mensagens:
- o valor da vida em si mesma;
- o valor do silêncio reparador;
- o valor dos objectivos;
- o valor do amor incondicional;
- o valor do luto;
- o valor da auto-estima. O valor da liberdade;
- o valor da imaginação;
- o valor do respeito pela natureza;
- o valor da alteridade;
- o valor da criação. O princípio e o fim.

De uma forma engenhosa e bastante simples, o autor transmite uma série de mensagens inspiradoras e motivadoras.


E no fim, um resumo de cada uma destas "moedas", e várias páginas com frases sobre medo e coragem, para quem gosta de coleccionar...

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

a vida sexual da minha tia


«Uma casa luxuosa, um marido impecável e uma vida despreocupada dedicada à arte e às galerias - assim vive a adorável Dily, ainda que sempre sujeita a ser o objecto de inveja da sua irmã, que amaldiçoa o destino por lhe ter negado o que Dily possui, um marido riquíssimo e dedicado. Tudo parece ir pelo melhor, até ao momento em que Dily se cruza, numa estação de comboios, com Mathew, o fabuloso ser capaz de levar uma mulher à Lua e depois voltar passando pelas estrelas. O adultério revela-se de súbido algo tão inevitável como espirrar depois de cheirar pimenta. Sem saber se o seu coração a conduzirá à libertação ou à destuição, Dily envereda numa aventura complicada que a obriga a uma desgastante, e por vezes caricata, vida dupla. Dily não deixa de aprender que todos nós carregamos o gene da traição, que as velhas tias podem esconder segredos escandalosos, que as irmãs invejosas terão os seus motivos e que quando um encontro imediato traz o instinto fatal, a escolha acertada, tal como a verdade, é raramente pura e nunca é simples.»
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Nada a acrescentar, é o tipo de livro em que vamos virando as páginas, mas estas nada acrescentam à história. Devo confessar que a única parte interessante é mesmo a do segredo escandaloso. Digamos que este é a alavanca para Dily colocar de novo nos eixos a sua vida e enterrar de uma vez todos os seus fantasmas.
É uma leitura desprendida e, não fossem os sentimento e desejos das personagens, diria que a escrita em si não produz qualquer sentimento. Mas pelo que sei, é bem ao estilo de Mavis Cheek.
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Da mesma autora:
«Patrick Parker era o menino mais mimado dos meninos mimados, sem sombra de dúvida um geniozinho superdotado, nascido em 1940. Decidido a ser um arquitecto – de renome, claro está – Patrick está disposto a tudo pela sua brilhante carreira, tramar os colegas e não só, chega mesmo a abandonar a única mulher que o amou sinceramente, mas esta não se deu por vencida e a vingança bateu à porta, trinta anos depois...»
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A mesma sensação.
Acho que "a vida sexual da minha tia" foi o tira teimas. Fica arrumado o assunto.