domingo, 28 de março de 2010

Alice no País das Maravilhas

Apenas uma palavra para descrever este livro de Lewis Carroll: mirabolante!
A história (sonho?) de Alice acontece tão rapidamente, que é frequente perdermos o fio à meada. Mudam os cenários, as personagens, tudo, a uma velocidade estonteante. Basta distrairmo-nos um pouco, e já perdemos um pormenor que nos fará falta mais à frente.

Uma história desconcertante, com rasgos inesperados, com humor, com apartes.

Transcrevo uma das partes mais conhecidas:

"(...) pensou Alice, e continuou a falar: - Diga-me, por favor, a partir daqui, que caminho devo seguir?
- Isso depende bastante do sítio onde queres ir, respondeu o Gato.

- Pouco me importa onde - disse Alice.

- Então não tem importância para que lado vais - disse o Gato.

- Contando que vá dar a qualquer parte - acrescentou Alice, explicando-se melhor.

- Ah, isso é que vais, de certeza - disse o Gato - , se andares o suficiente...
Alice achou que contra isso não havia nada a dizer: tentou, pois, fazer-lhe outra pergunta:

- Que género de pessoas vivem por aqui?
- Naquela direcção - disse o Gato, apontando com a pata direita - vive o Chapeleiro e além - e apontava com a outra pata - vive a Lebre de Março. Podes visitar qualquer deles; são ambos malucos.
- Mas eu não quero andar no meio de gente maluca - observou Alice.
- Oh, não podes evitá-lo - disse o Gato -, nós aqui somos todos malucos. Eu sou maluco. Tu és maluca."


E por vezes é difícil ultrapassar a furiosa Rainha, permanentemente a gritar: "cortem-lhe a cabeça!"...
Mas o leque de personagens fantásticas é fabuloso: o Coelho Branco, o Gato de Cheshire, o Rei, a Rainha, a Lagarta Azul, as cartas que têm vida, o Chapeleiro, a Duquesa... É todo um desfile de cores e imaginação.