domingo, 8 de agosto de 2010

Filhos da Fortuna

Não há muito a dizer sobre o livro além daquilo com que o autor nos brinda na contra-capa deste. Resume em algumas linhas 400 páginas que nos relatam uma história simplesmente genial.

"Finais dos anos 40, Connecticut. Dois irmãos gémeos são separados pouco depois do nascimento. Nat vai para a casa dos pais, uma professora de liceu e um vendedor de seguros, enquanto o irmão começa os seus dias como Fletcher Andrew Davenport, o filho único de um casal de milionários."

Archer conta-nos o percurso de um e outro com uma mestria, que mantem ao longo de cada capítulo, quase temos vontade de dizer-lhe que se apresse em contar-nos tudo, mas ele apenas levanta a ponta do véu e ficamos, assim, a salivar por mais desenvolvimentos. Entrelaça a história de um e outro como se fosse uma só e, chegamos de facto ao fim e vemos que a história de um é a história do outro.
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Ambos constróiem uma vida de sucesso, ambos ao lado da mulher que sempre amaram. Nat serve no Vietname, com apenas 19 anos, de onde regressa coberto de glória, sendo condecorado com uma Medalha de Honra. Termina o curso em Harvard com distinção e casa com a "sua pequena flor", a única mulher que lhe roubou verdadeiramente o coração. Torna-se um banqueiro de sucesso. Fletcher, por seu lado, forma-se em Yale e distingue-se como um dos melhores advogados de direito penal, antes de ser eleito senador.
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Os seus caminhos acabam por cruzar-se a certa altura (não sem antes Archer dar-nos conta de vários indícios que juntamos e a estranha ligação que Fletcher parece sentir em relação a Cartwright quando descobre que nasceram ambos no mesmo dia, ano e hospital) quando Fletcher tem de defender Nat de uma acusação de homicídio. Fá-lo com mestria, apesar das circunstâncias, criando um laço que acabará por salvar-lhe a própria vida.
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Por fim deixo-vos uma passagem do livro que, embora Flecher a tenha levado mais à letra, também Nat fez dela mote para a sua vida (e vão com certeza descobrir também o único ponto que este livro tem de mau):

"Não desperdicem um único momento do vosso tempo enquanto estiverem em Yale, caso contrário arrepender-se-ão o resto da vida de não terem aproveitado tudo o que esta universidade tem para oferecer. Um tolo sai de Yale com apenas um curso, um homem sábio sai com conhecimentos suficientes para enfrentar tudo o que a vida lhe colocar pela frente. Agarrem todas as oportunidades que vos forem oferecidas. Não tenham medo de nada. Desafiem todas as ordens e não permitem que se diga que percorreram um caminho mas não deixaram uma marca."
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Já descobriram? Não..."permitem"?
Não sei quem foi o responsável pela revisão do livro ou se sequer foi feita alguma no pós tradução, mas este devia ser, no mínimo, FUZILADO!! Faltam palavras ou há palavras a mais, palavras sem sentido ou fora do sítio. É uma pena que isto manche um dos melhores romances que já li, mas pelo que sei ainda há mais dois best-sellers à minha espera!

1 comentário:

Sofia disse...

Se me "permitem" a observação: ler assim um livro atento a tudo é sinal de viver-se o momento com todos os sentidos... e é terapeutico! Ainda não li este, mas a descrição é aliciante. Cumprimentos!