sexta-feira, 4 de novembro de 2011

As Serviçais




As Serviçais (The Help), de Kathryn Stockett, fazia parte da minha lista de ‘livros a ler’, uma lista onde registo todos os livros que um dia gostaria de ler. Não fazia ideia do seu sucesso literário ou de que estava para breve a estreia da adaptação cinematográfica.
Como sempre, hesitei entre esperar pelo filme para depois ler o livro ou em começar pelo livro e só depois ver o filme. Acho que aquilo que me levou, desta vez, a começar pelo livro foi o alguém ter dito que a história era hilariante e nos tempos que correm rir não é o melhor mas o único remédio...

Começamos por conhecer Skeeter, que acaba de terminar a faculdade e que regressa a casa para seguir o seu sonho e tornar-se escritora, ainda que tenha de ir contra as convenções da época e os planos da mãe em vê-la com uma aliança no dedo. Através dela, conhecemos Aibileen, a quem pede ajuda e que por sua vez nos apresenta a Minny.Entre elas nasce uma cumplicidade quase imediata, o que leva Skeeter a escrever a história de Aibileen e, depois a de outras criadas que apesar de criarem e amarem as crianças das famílias brancas como se fossem suas, são discriminadas apenas pela cor da sua pele. Estas mulheres são a voz da esperança, da tristeza, do preconceito e da necessidade de mudança.
E, de facto, as suas vidas vão mudar para sempre!
«Talvez não seja demasiado velha para recomeçar, penso, e rio-me e choro ao mesmo tempo. Porque, ainda na noite passada, pensei que já não tinha nada de novo a fazer na minha vida.»

Sobre a segregação racial na América sulista, na década de 60, As Serviçais são um poderoso testemunho de que é possível mudarmos as coisas se tivermos a coragem necessária.
A desfavor só aquilo que se perde na tradução e que inevitavelmente fere o livro nas suas entranhas, é impossível não ficar com a sensação de que falta ali qualquer coisa para determinada frase pulsar de sentido.
Sobre o filme:
A sensação é a mesma do livro, não conseguimos parar a expectativa. No livro, a cada página, o que nos leva a não querer parar de ler, no filme, a cada take, para vermos a adaptação de determinado episódio retratado no livro. Há semelhanças e diferenças, um não é o retrato fiel do outro, o filme retira, enquanto o livro acrescenta, com o filme apenas damos um rosto às personagens que conhecemos intimamente ao longo de cada página. Mas não é o que acontece sempre? De qualquer forma recomendo ambos!

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