quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

A Pedra de Luz Vol. III - Paneb, o Ardente






Seti sucede a Merenptah, mas quem sabe se o novo Faraó desejará continuar a obra do pai e proteger por sua vez esta pequena aldeia misteriosa cujo futuro parece ameaçado?

Passado o período de luto, Seti é coroado Rei do Alto e Baixo Egipto e novo Senhor Supremo do Lugar de Verdade, rejeitando o filho ao decidir não associá-lo ao trono. Por sua vez, Amenmés decide reinar em Tebas, enquanto decide se avança ou não, em direção a Per-Ramsés, a capital, lançando o Egipto numa guerra civil. Mas nenhum deles quer ser o agressor e atrair para si a maldição dos Deuses.
Ressentido ao saber que a Rainha Tausert espera um filho, Amenmés resolve autoproclamar-se Faraó, com a aprovação dos Sacerdotes de Karnak, emitindo um decreto que faz correr pelo reino. Manda, em seguida, suspender os trabalhos no túmulo de Seti, pondo à prova a lealdade de Néfer e de todos na aldeia. Tudo se resolve a favor deste, instigando ainda mais o ódio que Méhi sente contra o Lugar de Verdade.

Na capital, Seti não reage. O Rei passa os dias junto do filho recém-nascido, angustiado com a sua saúde. É Bai, o chanceler do Rei, quem toma as rédeas do Estado e prepara uma ofensiva para destronar Amenmés. Contudo, esta não avança por Seti ter receio de ficar submetido à influência de Seth que lhe deu o nome, tal é a dor que sente pelo filho não ter resistido. Faz contudo um único pedido à Rainha: que o filho seja inumado numa Morada de Eternidade no Vale dos Reis. Tausert parte de imediato para Tebas, sem escolta, para satisfazer o desejo do Rei. Consegue, com a ajuda do mestre-de-obras, convencer Amenmés e levar avante as suas intenções e ainda sair ilesa de Tebas, apesar do ódio que este sente por ela.

Na aldeia, ainda que os dias sejam conturbados, o nosso protagonista é convidado a apresentar a sua obra-prima, à semelhança de outros antes dele. Revelados os segredos da profissão e depois de ter decorado um túmulo real, é chegada a hora de Paneb descobrir a matéria-primordial. Decide que só poderá fazê-lo através da pintura pelo que começa a decorar a Morada de Eternidade de Néfer, o seu pai adotivo.
Apresenta, aquela que crê ser a sua obra-prima, deixando a todos mudos de admiração. Esta é aceite e animada pela Pedra de Luz, sem a qual não teria qualquer significado. Paneb abre finalmente os olhos e o coração, convidado a conhecer profundamente os mistérios sagrados que irá replicar nas suas novas criações.

No palácio, a saúde de Amenmés declina e este rende-se à evidência de que desperdiçou os melhores anos da sua vida num combate absurdo que não se realizou. Resolve que o melhor será entrar em negociações com o pai, o legítimo faraó e pedir-lhe perdão. Infelizmente o tempo foge-lhe e este acaba por morrer antes de levar avante as suas intenções. Quem não fica nada satisfeito com esta situação é Méhi que vê logrados mais uma vez os seus esforços/desejos secretos para lançar Tebas numa guerra civil e ainda vê reforçada a importância do Lugar de Verdade com a visita oficial de Bai, o chanceler do Rei.
Resolve que está na hora de lançar o derradeiro golpe contra esta pequena aldeia que ele quer ver esmagada e que só poderá levar a cabo com a ajuda do traidor que se esconde no interior da aldeia, oculto nas sombras e que ninguém conseguiu ainda identificar, mas que quer a qualquer preço roubar a Pedra de Luz...

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)

Álvaro de Campos/Fernando Pessoa

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

A Pedra de Luz Vol. II - A Mulher Sábia






Depois da morte de Ramsés, o Grande, todos no Lugar de Verdade vivem dias de grande ansiedade. Ninguém sabe se o novo Faraó desejará continuar a obra do pai mantendo sob a sua proteção a aldeia.
Os inimigos de Néfer não deixam, contudo, de ver aqui uma oportunidade para desacreditá-lo aos olhos do faraó, acusando-o atos ilícitos na qualidade de mestre-de-obras. Aproveitando a visita de Merenptah à aldeia, falsas provas são reunidas, pondo à prova a lealdade de todos para com Néfer. Porém qualquer dúvida é dissipada e todos exultam quando este é oficialmente promovido a mestre-de-obras e Merenptah os tranquiliza relativamente ao seu apoio. Todos serenam menos Méhi, que vê frustrada mais uma tentativa para destruir o Lugar de Verdade. Com o logro, o seu cúmplice cai em desgraça e Méhi vê-se obrigado a suprimi-lo, ocupando o seu lugar. Nomeado administrador-principal da margem oeste, vê-se involuntariamente obrigado a velar para que nada falte ao Lugar de Verdade.


Na aldeia, a Mulher Sábia toma Clara como sua assistente ensinando-lhe tudo o que sabe, preparando a passagem do testemunho.
Neste volume, o destaque é dado a Clara, mulher de Néfer, O Silencioso que ascende a Mulher Sábia, tornando-se mãe sagrada da confraria.
Juntos terão de manter a calma na confraria quando aquele que se move nas sombras e dissimulado danifica as ferramentas, apesar de rigorosamente guardadas e, aliando-se a Méhi, a troco de uma pequena fortuna (contrariando os ensinamentos de Maet que jurou respeitar quando entrou para a confraria), tudo faz para deixar a Néfer desprotegido, logo vulnerável.

Também Paneb, O Ardente merece algum destaque. Néfer e Clara adotam-no como filho e cumprindo uma promessa que lhe fez há muitos anos, Néfer conduz Paneb até Mênfis para lhe confiar o segredo da construção das pirâmides. Enquanto estão na cidade, Merenptah reúne em Per-Ramsés os seus generais para discutirem estratégias de guerra para afastarem uma coligação de tropas inimigas que parece ameaçar as fronteiras do reino. Merenptah sai vitorioso e todos respiram de alívio na capital das Duas Terras.

Chegados ao final deste volume conhecemos a Seti, filho de Merenptah e a esposa Tausert e, por sua vez a Amenmés, o filho que vive na sombra do pai e não esconde o ódio que sente por ambos, mas principalmente pelo pai por ter tomado uma segunda esposa. Não esconde também o desejo de reinar, apesar de saber que o pai será o próximo na linha de sucessão.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Dizem que vem uma vaga de frio no próximo fim-de-semana.
Tempo perfeito para ficar em casa a ler um bom livro.
Leituras aconchegantes para todos.