segunda-feira, 2 de maio de 2011

Nos Segredos do Templo de Salomão




Bernard Lenteric contra-nos a história de um grande homem, não estamos contudo a falar do Rei Salomão, mas do Construtor de Deus: Hirão

Tendo a morte por companheira, Hirão é desde muito cedo um sobrevivente. Saad-Laha, seu pai recebeu-o a ele e à sua mãe depois da sua aldeia ter sido massacrada, tendo sido os únicos que não tiveram o mesmo fim. Em Tiro conseguiu ter uma infância feliz até que a grandeza do seu pai começou a tornar-se incómoda para os seus inimigos. A sua ascensão fulminante no seio do Conselho dos Anciãos, para o qual entrara com apenas trinta anos, o sucesso insolente do jovem armador começou a incomodar os interesses de El-Djah, o pontífice e os da casta sacerdotal. Foi a conselho deste que Hirão acaba escolhido pelo Rei Abibalos para ser sacrificado a Melquart. Tinha apenas nove anos. Saad-Laha ousara desafiar os mais fortes e ia pagar caro por isso.
Contudo, Saad-Laha engendrou uma forma de poupar o filho ao sacrifício e Hirão viu morrer no seu lugar o seu melhor amigo - Habias, um pequeno escravo de sua casa. A seguir à tragédia, seguiu-se o exílio para o Egipto, sob o nome de Teglath, onde viveu dias serenos e conseguiu esquecer aquele episódio que ainda o assombrava em sonhos. Teve os melhores professores que podia desejar, Djehuti, Ahmés e Nesi, um grande conselheiro, um grande arquitecto e um grande guerreiro. Todos eles o viam capaz de grandes feitos.

Mas quis o destino que sofresse novo infortúnio e foi descoberto pelos espiões do sumo-sacerdote. Descoberta a maquinação dos pais, estes foram brutalmente castigados por Abibalos pela afronta a Melquart. Perseguindo-o até ao Egipto, os assassinos massacram aqueles que o protegeram durante todo aquele tempo. Com a ajuda do Faraó e com um novo nome, Hirão consegue escapar. Tinha dezasseis anos quando parte com Ahmés para a Assíria. O mestre arquitecto ensina-o a arte do desenho e Hirão encontra uma razão que o leva a ter novamente gosto pela vida. Durante quinze anos percorre terras longínquas, edificando templos e palácios. Quis o destino que se cruzasse novamente com El-Djah, o grande sacerdote, conseguindo finalmente vingar a morte dos seus entes queridos. Já não havia motivos para continuar a esconder-se pelo que revela a Salomão o seu verdadeiro nome e a sua maior ambição: criar a obra de arte perfeita.

"Durante mais de sete anos, a vida da cidade confundira-se com a do Templo em construção. Hirão fora o verdadeiro Rei de Jerusalém. A uma palavra sua, exércitos inteiros de operários punham-se em marcha e pesados carregamentos de madeira e de pedra faziam tremer as casas. Ali, exultara ao ver, dia após dia, a construção do Templo (...) ".


Empolgante, viciante!

Depois de ler este livro chego à conclusão que, não importa a época, o Rei ou o Deus que se adora, há dois sentimentos que andam sempre de mãos dadas: a inveja e a ganância, e é sempre em nome deles que se cometem as maiores atrocidades.
Em última análise, Salomão, não obstante a clarividênvia e sabedoria que lhes são conhecidas, também ele se rendeu aos pecados mais mundanos: a raiva e o ciúme, tal qual o comum dos mortais.

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