quarta-feira, 9 de setembro de 2009

O Poder da Inteligência Criativa

Com o verão veio a leitura de alguns livros de “crescimento interior”, digamos assim.
Com “O Poder da Inteligência Criativa” (de Tony Buzan) aprendemos a utilizar todo o potencial da nossa mente.
Como forma de enquadramento, o autor leva-nos numa viagem pelo desenvolvimento do conhecimento sobre o cérebro nas última décadas.
Normalmente dividimos o cérebro em hemisfério esquerdo e hemisfério direito, associando determinado tipo de capacidades a cada um dele. Enquanto ao hemisfério esquerdo associamos a lógica (palavras, lógica, números, ordem, linearidade, análises, registos), ao hemisfério direito associamos emoções (ritmo, localização espacial, dimensão, imaginação, fantasias, cor, sensibilidade ao sagrado).
Mas…. Os cientistas descobriram que esta divisão não é estanque. Os dois hemisférios comunicam, e o desenvolvimento de um hemisfério para o qual temos “menos jeito” acaba por influenciar o outro e ambos passarem a um outro patamar de interacção e desenvolvimento. Ou seja, não se podem compartimentar pessoas “intelectuais” de um lado e “emocionais” do outro. “Os lados esquerdo e direito do cérebro tinham entrado em “diálogo” um com o outro."
Ao longo de todo o livro, o autor vai deixando exemplos e exercício práticos.
As capacidades do cérebro devem ser utilizadas permanentemente!
Sair da rotina, usar uma mão que normalmente não usamos, desenhar, desenvolver ideias a partir de uma palavra (por exemplo, associar cinco palavras a uma inicial; depois associar mais cinco a cada uma destas…), fazer anotações coloridas…

Um dos conceitos fundamentais neste livro: Mapas Mentais. Basicamente, é aquela associação de palavras e ideias que referi acima. Graficamente, acaba por ser aquilo que todos nós fazemos quando estamos ao telefone com uma folha à frente… no final da conversa, a folha branca está toda riscada.

Voltando um pouco atrás, Tony Buzan defende que todos – sim, todos! – somos artistas: desenhamos bem, cantamos bem, escrevemos poesia bem, produzimos muitas ideias. Apenas fomos sendo inibidos no nosso processo de educação com as respostas negativas, os “não tens jeito para isso”…
O segredo dos criativos famosos (Einstein, Edison, Shakespeare, Da Vinci…) era a sua atitude perante o fracasso.
Por exemplo, Thomas Edison, no processo de desenvolvimento da lâmpada incandescente, criou milhares de objectos estranhos. “Edison realizou nove mil experiências até chegar à lâmpada incandescente, e mais de cinquenta mil até inventar os acumuladores.” A maior parte dos modelos que desenvolveu eram rejeitados por si mesmo, mas eram encarados como “um louvor à sua dedicação à experiência, ao risco e à tentativa persistente até ter encontrado o que procurava.”
“Por exemplo, quando um dos seus assistentes lhe perguntou por que é que, apesar de já ter fracassado milhares de vezes, continuava a insistir em tentar descobrir um filamento que durasse mais tempo na sua lâmpada incandescente, Edison respondeu-lhe calmamente que ainda não tinha fracassado uma única vez! O que ele tinha feito fora descobrir milhares de coisas que não funcionavam, no inevitável caminho para a descoberta daquela que funcionava.”

O capítulo dedicado à flexibilidade criativa e originalidade pareceu-me bastante interessante. O cérebro é como o corpo: se o movimentarmos, a flexibilidade aumenta e podemos fazer mais coisas. Para isso é necessário:
- ver as coisas sob perspectivas diferentes;
- estabelecer associações criativas;
- inverter as situações
“Se assim o fizer, é óbvio que se tornará numa pessoa diferente, com mais carácter próprio, mais fora do normal, mais original e única. Tornar-seá uma pessoa a quem os outros se referirão como especial, criativa e, até mesmo, como um génio!”

Associar ideias, não impor barreiras aos pensamentos, ter a liberdade das crianças a brincar…
Foi assim que Einstein chegou às suas teorias sobre o universo: ainda estudante, “imaginou estar na superfície do Sol, e daí partir num raio solar, à velocidade da luz e em linha recta, até chegar ao fim do universo.
Qual não foi o seu espanto quando, ao chegar ao “fim” da sua viagem, reparou que estava praticamente no sítio de onde tinha partido”. Parecia impossível. Mas foi assim que concluiu que “se ao viajarmos em linha recta “para sempre” voltarmos continuamente à área de onde partimos, então “para sempre” tem que significar pelo menos duas coisas: o universo será de algum modo curvo e possuirá um limite.”

Sem comentários: