Delirante.
É esta a primeira palavra que me ocorre após ter lido esta
obra de Tom Sharpe.
Wilt, que iniciou uma série de livros à volta da personagem
Henry Wilt, é uma obra satírica editada pela primeira vez em 1976.
Wilt é um homem sem amor próprio nem
objectivos, professor de literatura numa escola politécnica, e casado com Eva
Wilt, mulher gorda e desequilibrada.
A vida dele resume-se a dar aulas a trabalhadores-estudantes
de vários ramos (talhos, siderurgia...) e passear o cão, de forma a não ter
grande convívio com a mulher. É nesses passeios com o cão que vão surgindo
ideias mirabolantes de assassinar a mulher fingindo um acidente.
Por seu lado, Eva Wilt é uma mulher influenciável e com a mania das limpezas (fiquem desde já familiarizados com Harpic), que cada
dia tem um objectivo diferente, seja fazer yoga, seja jardinagem, seja meditação...
Numa dessas modas, Eva conhece um casal rico, e, no meio de
inúmeras peripécias, dá-se uma festa mirabolante que vai levar ao cerne do
livro. A mulher desse casal atira-se a Wilt, ele recusa e acaba metido com uma
boneca insuflável. Posteriormente, Wilt serve-se dessa boneca para ensaiar como
vai fazer para se livrar da mulher.
Poderia revelar mais pormenores aqui – até porque estão
todos evidentes no livro – mas aguço-vos apenas a curiosidade: Wilt é sujeito a
interrogatórios ininterruptos para saber do paradeiro da mulher. E esses
interrogatórios são absolutamente loucos. Ao ponto de Wilt pensar no seguinte: “Desde
que se diga às pessoas aquilo que elas querem ouvir, estão dispostas a
acreditar na história menos plausível que se possa imaginar”.
Com uma escrita leve e escorreita, a gargalhada vai surgindo
a cada página lida.
Este terá sido dos livros mais divertidos que tive
oportunidade de ler até agora. E fiquei com curiosidade em ler mais aventuras
deste Henry Wilt.
Sem comentários:
Enviar um comentário