quarta-feira, 14 de março de 2012

A Senhora dos Rios

Nas primeiras páginas somos apresentados a Jacquetta - a nossa protagonista - que nos situa cronologicamente na História. Estamos em 1430. Jacquetta priva com Joana d’Arc no Castelo de Beaurevoir, onde permanece enquanto o duque de Luxemburgo tenta negociar a sua entrega aos ingleses. Joana é posteriormente transferida para Rouen onde acaba julgada e condenada por crimes contra a igreja. Jacquetta assiste ao desfecho da donzela de Orléans, pensando com tristeza nos bons momentos que passaram juntas e no significado da carta lançada a Joana: a Roda da Fortuna que pode lançar uma mulher tão alto no mundo como fazê-la descer até uma morte atroz e sem honra.

Enquanto se encontra em Rouen, conhece o Duque de Bedford, regente inglês da França, aquele que viria a ser o seu futuro marido e que lhe dará a conhecer um mundo misterioso de conhecimento e de alquimia. Iniciada pela avó que lhe deixa os seus livros e segredos, Jacquetta vai poder aprofundar o seu dom.
Conhece também o escudeiro do duque, Ricardo Woodville, que vela pela sua segurança e que permanece ao seu lado quando a morte do duque faz dela uma viúva jovem e rica. Os dois tornam-se amantes e casam em segredo. Decidem contudo regressar à Inglaterra para pedir o perdão do Rei e colocar-se ao serviço da corte do jovem monarca Henrique VI.

Depressa os Woodville conquistam uma posição de importância na corte de Lencastre, apesar de Jacquetta pressentir a crescente ameaça vinda do povo da Inglaterra e o perigo dos rivais pretendentes ao trono. Do povo da Inglaterra por não verem com bons olhos o casamento de Henrique com Margarida de Anjou, uma mulher caprichosa e ambiciosa que depressa se torna na verdadeira mão a tomar decisões, enquanto Henrique se revela um Rei inseguro, influenciável e mais interessado em assuntos de religião do que em assuntos de estado.
Mas nem a coragem e a lealdade dos Woodville bastam para manter no trono a Casa de Lencastre. Os tempos são de dificuldade. Henrique VI é considerado incapaz de governar, sendo nomeado regente o duque Ricardo de Iorque. O Rei melhora e retira-lhe o cargo, o que gera mais um confronto entre as forças de Iorque e os partidários do rei. Este acontecimento marca o início da conhecida Guerra das Rosas.

Jacquetta luta pelo seu rei e pela sua rainha com todas as suas forças, mas o destino de ambos há muito que estava traçado. Recorda a visão que teve de uma batalha e dos campos manchados de sangue e mais uma vez vê aquilo que previu tornar-se realidade. Ambos são definitivamente derrotados, abandonando a ilha enquanto Eduardo IV, o primeiro rei da Inglaterra originário de Iorque, sobe ao poder.
Os Woodville regressam à sua casa de campo, afastados da corte e Jacquetta dedica-se aos filhos, nomeadamente à sua filha Isabel, para quem prevê um futuro extraordinário e surpreendente: uma mudança de destino, o trono da Inglaterra e a rosa branca de Iorque.

Tenho a confessar que este não é dos livros mais empolgantes de Philippa Gregory. Deixo-vos as palavras sábias de Jacquetta que resumem a história do livro: «Dizemos que somos os governantes deste país, mas não agimos de acordo com a lei. Dizemos que lideramos estas pessoas, mas não as conduzimos à paz e prosperidade. Nós, os seus senhores, brigamos uns com os outros, trazendo a morte até às suas portas como se as nossas opiniões, pensamentos e sonhos valessem muito mais do que a segurança deles, a sua saúde e os seus filhos.»

1 comentário:

GONIO disse...

Parceira, deixaste-me curioso!
Já leste os outros dois desta trilogia da Philippa Gregory: A Rainha Branca e A Rainha Vermelha?
Tenho o primeiro, mas não consegui lê-lo à primeira...
Talvez a seguir.