sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Isabel Allende


















"Por que escrevo? Porque estou cheia de histórias que pedem para ser contadas, porque as palavras me sufocam, porque gosto e necessito, porque, se não escrevo, seca-se-me a alma e morro."
Essa é afinal a essência de um escritor.

Estranhamente, o primeiro livro que li de Isabel Allende foi "Filha da Fortuna" e fiquei completamente rendida à forma como escreve. Conta a história do personagem com a fluidez de quem recorda tempos áureos e imediatamente transporta-nos para o meio da acção. Descreve acontecimentos como quem renova lembranças, sem pressa de revelar tudo e, com pormenores, vai aguçando a nossa curiosidade.
ADOREI o livro e o bichinho ficou, pedindo mais histórias.
E foi quando resolvi conhecer a história de Aurora del Valle. A sua infância intermitente. A sua insistência em desvendar alguns dos mistérios que envolvem os primeiros anos da sua vida. Os fantasmas que sempre a visitam durante a noite.
Assim ficamos a conhecer a portentosa e ambiciosa avó, Paulina del Valle, que acolhe Aurora, que cresce num ambiente privilegiado para o tempo.
Aurora desenvolve um interesse precoce pela fotografia e é com puro deleite que absorvemos cada imagem, cada um dos sábios enunciados de Juan Ribero, o seu mestre. Amanda Lowell, a única que a levou a sério, dizia-lhe: «Uma boa fotografia conta uma história, revela um lugar, um acontecimento, um estado de espírito, é mais poderosa que páginas e páginas de escrita».

Em "Retrato a Sépia" recordamos alguns dos personagens de "Filha da Fortuna", onde a própria escritora se deixa envolver por um misto de escrita entre o histórico e a ficção, entre a memória e os segredos de família, a sua família.
Uma história que se debatia por ver a luz do dia.

Sem comentários: